Sob protestos, governo defende privatização da Copasa

Em meio a manifestações populares, o governo estadual retomou publicamente a defesa da privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). A proposta, segundo autoridades, tem por objetivo modernizar a gestão, trazer investimentos privados e ampliar eficiência nos serviços de água e esgoto.

Reações nas ruas e críticas

Nas últimas semanas, diversos protestos foram registrados em municípios mineiros contra a proposta de transferência da Copasa para atuação privada. Moradores, movimentos sociais e entidades civis manifestam receios de que a privatização eleve tarifas, reduza o controle público e comprometa o acesso à água de qualidade, sobretudo nas comunidades mais vulneráveis.

Esses grupos clamam por uma discussão mais transparente e pela ampla participação popular no debate, questionando se será garantido o direito constitucional ao saneamento e se haverá regulação efetiva para evitar abusos.

Argumentos do governo

O governo, por sua vez, argumenta que a Copasa carece de investimentos suficientes em infraestrutura, tratamento e ampliação da rede, especialmente em áreas rurais ou periferias. A gestão privada, defende-se, poderia injetar capital, inovação tecnológica e eficiência na operação dos serviços.

Autoridades afirmam ainda que haverá cláusulas contratuais para assegurar metas de universalização, padrões de qualidade, fiscalização e mecanismos para proteger consumidores de tarifas abusivas.

Ponto de tensão

A privatização de recursos hídricos e serviços essenciais como o saneamento sempre gera controvérsias, justamente pelo risco de mercantilização de bens públicos fundamentais. O debate que se impõe é qual modelo de concessão ou parceria pode equilibrar eficiência e garantia de direitos sociais.

Enquanto isso, a base popular segue mobilizada, cobrando mais transparência nas negociações e participação nos rumos da Copasa. Para muitos, o saneamento básico não pode ser tratado apenas como negócio — é um direito que impacta diretamente a saúde, dignidade e bem-estar da população.