Justiça barra festividades e determina prioridade no pagamento a servidores e fornecedores
Foto: Divulgação / Prefeitura de Jequeri
A cidade de Nova Esperança, localizada no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, foi surpreendida esta semana por uma decisão da Vara da Fazenda Pública local que proibiu a realização de quaisquer eventos festivos custeados pela prefeitura. A medida, solicitada pelo Ministério Público Estadual (MPE), visa garantir o pagamento de salários atrasados de servidores e de débitos acumulados com fornecedores essenciais, como prestadores de serviços de saúde e transporte escolar.
De acordo com o processo, o município acumula três folhas salariais pendentes, além de dívidas com empresas responsáveis pela coleta de lixo, fornecimento de merenda e manutenção de unidades básicas de saúde. Apesar desse cenário, a administração havia anunciado recentemente um festival musical que custaria aproximadamente R$ 600 mil.
“Não é admissível que se gaste dinheiro público com festas enquanto professores, enfermeiros e garis aguardam seus salários para sustentar suas famílias”, afirmou o promotor Rafael Tavares, responsável pelo caso.
Em nota, a prefeitura alegou que eventos como esse movimentam a economia local, atraindo turistas e fortalecendo o comércio, mas disse que acatará a decisão até novo posicionamento judicial.
Moradores da cidade se dividem. Comerciantes reclamam do prejuízo com a expectativa frustrada de vendas, mas outros concordam com a prioridade aos pagamentos dos trabalhadores. O caso também reacendeu o debate sobre gestão responsável dos recursos públicos em pequenas cidades mineiras.