Poema a Itabira e vista da Rua Santana, a primeira do município, quando se iniciou o garimpo no Córrego da Penha.
Fisicamente ausente, minha homenagem a Itabira-MG, pelo aniversário.
Carinhos
O sol no frio da rua
e o cheiro do chá de macela
dentro, na doce penumbra
por trás da janela.
Amarga era a dose de quina
para prevenir a malária,
casca torrada na chapa
do fogão a lenha.
No almoço, Emulsão Scotch
pro menino ficar forte,
Biotônico Fontoura e Capivarol;
chá de hortelã contra vermes,
e mastruz, que para engolir
era preciso apertar bem o nariz,
sob a ameaça de um chinelo.
Horroroso lombrigueiro!
E chá de funcho
para acalmar o bebê.
Plantas que se cultivavam
nos vasos dentro de casa,
no quintal, nas jardineiras;
e para espantar quebrantos,
espinhela caída e maus-olhados,
ainda vinha a benzedeira.
Itabira!
Minha casa,
Minha vida,
Minha rua.
Profusão de cuidados e de cheiros,
carinhos que me moldaram
para a minha vida inteira.
José Francisco de Brito – Chico Brito.
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Não basta ter nascido em Itabira. Tem que amá-la e ser-se realmente itabirano. Isso tudo aí foi e ainda um pouco, muito pouco mesmo, ainda é Itabira, já nesses 173 anos de emancipação no dia 09/10. Apesar de algumas custas, quanta evolução… Mas assim escreveu o GRANDE POETA: “Como dói” . – Editor itabirano jornal TEMPOÉTICA–